Protestos climáticos aumentam na COP30 à medida que aumentam as preocupações com combustíveis fósseis

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Milhares de ativistas climáticos marcharam fora da cimeira COP30 em Belém, Brasil, exigindo ações urgentes e protestando contra a contínua dependência dos combustíveis fósseis. As manifestações, as primeiras permitidas fora de uma conferência da ONU sobre o clima desde 2021, destacaram a crescente frustração com o progresso lento e a aparente hipocrisia em torno das negociações.

Pressão Global nas Negociações

Os protestos incluíram imagens impressionantes: os manifestantes carregavam caixões falsos representando petróleo, carvão e gás, flanqueados por ceifadores, enquanto grupos indígenas exibiam cartazes que diziam “a resposta somos nós”. A presença de elefantes infláveis ​​e sucuris ressaltou a vulnerabilidade da floresta amazônica, um foco principal da cúpula organizada pelo Brasil. Ativistas de todo o mundo juntaram-se à juventude brasileira e às comunidades indígenas, pedindo o fim da dependência dos combustíveis fósseis.

Vozes Indígenas e Direitos à Terra

Os grupos indígenas enfatizaram o papel fundamental que desempenham na proteção da biodiversidade e das florestas, exigindo a propriedade legal dos seus territórios. Os protestos sublinham uma exigência de longa data de reconhecimento dos direitos às terras indígenas como essenciais para soluções climáticas. Muitos líderes indígenas manifestam cepticismo quanto ao facto de as suas preocupações sobre a desflorestação, a extracção de recursos e a protecção da terra estarem a ser adequadamente abordadas nas negociações da COP30.

Presença da indústria de combustíveis fósseis levanta preocupações

A análise da coligação Kick Big Polluters Out (KBPO) revelou um número recorde de delegados de empresas de combustíveis fósseis presentes na cimeira, levantando questões sobre a influência da indústria na política climática. Esta presença contrasta fortemente com os objectivos declarados da conferência: acelerar a transição dos combustíveis fósseis que aquecem o planeta.

Incidentes de segurança e tensões contínuas

A segurança foi reforçada no local da COP30, com a polícia implantando escudos antimotim para proteger a entrada. No início da semana, os manifestantes violaram as linhas de segurança, causando ferimentos leves e danos. O incidente sublinha a escalada das tensões entre activistas e autoridades à medida que as negociações continuam.

Progresso limitado e contradições governamentais

Apesar da escolha de Belém pelo Presidente Lula da Silva para dar destaque à Amazónia, o seu governo aprovou recentemente a exploração de petróleo na foz do rio. Esta medida, juntamente com a presença da indústria discográfica, alimenta o cepticismo entre os activistas sobre o compromisso genuíno com a acção climática. As negociações produziram progressos limitados na primeira semana, com as delegações a lutarem para chegar a acordo sobre uma estratégia para cumprir as promessas anteriores.

Os protestos na COP30 refletem um movimento global crescente que exige ações urgentes e significativas sobre as alterações climáticas, ao mesmo tempo que questiona a influência dos interesses dos combustíveis fósseis e a sinceridade dos compromissos governamentais.