A Food and Drug Administration (FDA) autorizou dois novos antibióticos – zoliflodacina e gepotidacina – para tratar Neisseria gonorrhoeae, a bactéria responsável pela gonorreia, infecção sexualmente transmissível (IST). Esta aprovação surge num momento crítico, uma vez que a doença tem demonstrado cada vez mais resistência aos tratamentos existentes.
A ameaça da resistência aos antibióticos
A gonorreia é um problema de saúde global, infectando mais de 80 milhões de pessoas anualmente, e a sua adaptabilidade aos antibióticos tem sido alarmante. A bactéria superou sistematicamente todos os medicamentos usados anteriormente contra ela, incluindo a última terapia eficaz restante. O surgimento de cepas resistentes a antibióticos é um grande desafio de saúde pública porque reduz as opções de tratamento, aumenta os custos de saúde e potencialmente leva a complicações mais graves.
Novas opções de tratamento: Zoliflodacina e Gepotidacina
A Zoliflodacina recebeu aprovação da FDA na sexta-feira, após resultados positivos de ensaios clínicos publicados no The Lancet. Estudos mostram que uma dose oral única do medicamento é segura e eficaz contra a gonorreia. Anteriormente, a gepotidacina foi aprovada para infecções do trato urinário, mas agora está liberada para uso ampliado no tratamento de infecções gonorréicas. Ambas as drogas oferecem novos caminhos para combater as IST.
Reação e prevalência de especialistas
Os especialistas em doenças infecciosas acolhem favoravelmente estes desenvolvimentos, dada a ameaça contínua da resistência aos antibióticos. Aniruddha Hazra, diretor médico da Clínica de Bem-Estar Sexual da Universidade de Chicago, enfatizou que “qualquer novo antimicrobiano que chegue ao mercado é motivo de comemoração”.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) relataram quase 600.000 casos de gonorreia só no ano passado. Isto sublinha a necessidade urgente de opções de tratamento eficazes à medida que a infecção continua a espalhar-se.
A aprovação destes dois medicamentos pela FDA é um passo significativo no sentido de controlar a propagação da gonorreia resistente a antibióticos, mas a monitorização contínua e o uso responsável de antibióticos continuam a ser vitais para preservar a sua eficácia.
